quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

artesanato do Maruanum°°°.•Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ•...

Dona Marciana uma das louceiras do Maruanum Foto: Tamires Kopp
Nas margens do rio Maruanum, um dos braços do rio Matapi no Amapá, está situada a comunidade de afro-descendentes chamada de Santa Luzia do Maruanum. Uma região famosa pelo seu artesanato centenário de valor cultural envolto de mistérios e superstições.
Uma arte de geração a geração mãos preciosas chamadas de "Louceiras do Maruanum", sempre com respeito a natureza. Um processo de transformação de baixo impacto ambiental e alto impacto social. As louceiras formaram a ALOMA - Associação das Louceiras do Marauanum que participam da economia local apresentando um produto 100% tradicional amazônico.

mistura do barro e das cinzas do caripé
Para a fabricação das peças as louceiras partem floresta adentro atrás do caripé: uma árvore da qual se tira a casca que é queimada, e com suas cinzas mistura-se ao barro dando mais resistência aos objetos artesanais. Cerca de mais de dez horas de caminhada a procura da árvore da espécie licânia.
cinza do caripé



O barro é misturado com a cinza da casca do caripé que deve ser peneirado e pilado.Depois de moldada os objetos são depois, curadas no fogo, para cozinhar o barro. E a última etapa da fabricação é o tratamento do seu interior com um impermeabilizante natural, a resina de uma árvore conhecida como jutaizeiro, a resina jutaisica.
Depois de pronta, a louça é pintada em seu interior com resina de jutaí, ou jatobá, mais conhecida como breu. Assim pode ser usada para cozinhar alimentos.

louças

Traços das louceiras

Os traços das louceiras são ícones representativos usados por cada artesã personificandos suas peças e identificando o produto de cada uma. A fabricação das panelas e demais objetos artesanais é trabalhosa e exige sacrifício das louceiras. O SEBRAE/AP é um dos maiores parceiros das louceiras. O material usado na produção do artesanato, a dificuldade de encontrar o caripé e a jutaisica, pois o barro é recolhido no verão para trabalhar o inverno todo. As peças realizadas são diversas: vasos, potes, panelas, xícaras, etc.
fogareiro de barro

a lenda...
Conta a lenda que em Macapá (AP), depois de terminada a construção da Fortaleza de São José do Macapá, em 1782, negros e índios que ali trabalharam foram alforriados e saíram procurando um lugar para morar. A cerca de 200 quilômetros da capital, chegaram perto de um rio, em um lugar com muitos anus. Daí, o nome da comunidade, Maruanum, ou seja, “mar de anuns” ou anus. Perto dali, extraíam o barro para fazer louças e havia um ritual mágico para isso. As mulheres grávidas e menstruadas não participavam. As louceiras cortavam uma vara e cavoucavam para retirar a argila. Faziam oferendas e não podiam usar lâmina de metal para não ferir as veias da terra. Contam as mulheres mais velhas que a camada de barro retirado se recompunha e elas marcavam o local e voltavam depois para ver.

novos produto, novos mercados

°°°Produtos imperfeitos, Mobiliário contemporâneo°°°
A mostra apresenta objetos de autoria do designer Christian Ullmann, desenvolvidos a partir de experiências e situações em que os materiais, a tradição e o comportamento são interpretados e traduzidos em produtos que buscam o menor impacto ambiental, associado a um maior e positivo impacto social. Entre os produtos das louceiras do Maruanum como  luminárias e outros objetos de cozinha e decoração.
São apresentados diferentes idéias ou conceitos relacionados à sustentabilidade: design e comunidades artesanais urbanas e rurais, inovação, desmontabilidade, desenvolvimento local, customização, segunda vida para materiais.



Contatos e encomendas Associação das Louceiras do Maruanum - ALOMA
Telefones: 00 55 96 9119 3957/9128 3590
Santa luzia do Maruanum CEP: 68905-160
Macapá - Amapá

Um comentário:

  1. Caro amiga,

    Estamos preparando um material dos nossos trabalhos artesanais e na próxima semana estaremos enviando para que vc possa publicar para nos ajudar a divulgar o artesanato da etnia Guajajara.

    Estamos felizes pelo trabalho que vc vem realizando ao levar para os quatro cantos do mundo a cultura indígena e não indígena.

    Saudações

    Libiana Pompeu dos Santos

    ResponderExcluir

É um prazer receber seu(s) comentário(s) querido leitor.:)

A Francophonie no meio do mundo

No dia 1° de setembro professores e alunos do curso de francês do Centro Cultural Amapaense estiveram no #lecafebistrot ,localizado ...