Em 10 de dezembro de 2008, a Declaração Universal dos Direitos Humanos celebra 60 anos. Adotada pela ONU em 1948, constitui documento fundamental por instituir um patamar de direitos e deveres a serem respeitados por todos os estados membros.
A arquitetura dos direitos humanos foi profundamente modificada no século XX. Uma série de tratados e planos de ação da ONU (Organização das Nações Unidas) ampliou suas fronteiras, antes centradas nos direitos civis, políticos e sociais, passando a reconhecer novos sujeitos de direitos - mulheres, crianças, povos indígenas - e a incluir dimensões como o racismo, a saúde, os direitos reprodutivos, o meio ambiente, a violência doméstica.
As mulheres, que ao longo dos séculos foram privadas do exercício pleno de direitos e submetidas a abusos e violências, tanto em situações de guerra quanto no espaço da vida familiar, tiveram um papel de grande relevância na luta pela PAZ e na ampliação do alcance dos direitos humanos.
Instituído no início do século passado, o Prêmio Nobel da Paz tem reconhecido indivíduos ou entidades que se destacaram na luta pela Paz e pelos direitos humanos. Entretanto, de 1901 a 2007, apenas onze mulheres receberam este reconhecimento, apesar de que, coletiva ou individualmente, as mulheres têm tido um papel de grande relevância em movimentos diversos pela paz.
O projeto 1000 Mulheres pela Paz nasceu em 2005, quando um grupo de suíças propôs ao Comitê do Prêmio Nobel da Paz, a inscrição coletiva de 1000 mulheres em todo o mundo. No Brasil, 262 nomes foram indicados pelas organizações de mulheres, sindicatos, universidades, organizações não governamentais, pessoas físicas. Uma comissão selecionou as 52 brasileiras que, ao lado de 948 mulheres de 154 países, concorreram coletivamente ao Prêmio Nobel da Paz de 2005.
São mulheres brancas, negras, indígenas, idosas, jovens, doutoras e com poucas letras, do campo e da cidade que trabalham pela paz no seu dia-a-dia. O perfil de cada uma delas está registrado no livro “Brasileiras Guerreiras da Paz”, editado pela Contexto. Por seu trabalho cotidiano estas mulheres têm batalhado pela paz em seu sentido mais amplo, compreendendo-o como segurança humana, onde as dimensões de justiça e igualdade social são fundamentais. A Paz é assegurada também pelo respeito à dignidade humana, à igualdade de gênero, de raça e etnia, pelo acesso à educação, ao trabalho, à moradia e à segurança.
Destas 52 brasileiras, quatro são da região Norte:
Concita Maia (Rio Branco/Acre) |
Joênia Batista de Carvalho (Roraima) |
Raimunda Gomes da Silva (Tocantins) |
Sueli Pereira Pini (Macapá/AP |
Elas serão convidadas para os eventos em Macapá.
Com grande sucesso, a exposição já percorreu as cidades de São Paulo, Brasília, Santo André, Foz do Iguaçu, Rio, Recife e Porto Alegre. Agora, através deste projeto, irá contemplar Macapá.
A realização da exposição em Macapá, com as fotos e o perfil das 1000 mulheres indicadas ao Prêmio Nobel da Paz, aí incluídas as 52 brasileiras, reveste-se de significado especial na conjuntura de extrema violência vivenciada pelas mulheres de nosso país e mundo afora.
Informamos que o projeto tem o apoio da Associação Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo (Suíça), EED (Alemanha) e Fundação Avina, com o patrocínio da Petrobrás. As parcerias nacionais são: Rede Mulher de Educação, Instituto Promundo, União de Mulheres de São Paulo e Geledés Instituto da Mulher Negra.
Local a ser definido em Macapá
Período de 14/09 a 30/09/2011
Painel de Abertura Mulheres e Homens contra a Violência Doméstica e pela Paz, em 13/09 (quarta-feira), das 18h30 às 20h30, (com a presença de autoridades e lideranças locais), além de lançamento do livro Brasileiras Guerreiras da Paz, com autógrafos das Mulheres da Paz da região Norte e Clara Charf, e coquetel.
livro Brasileiras Guerreiras da Paz |
Oficina de educação popular feminista sobre violência doméstica interconectada ao conceito ampliado de paz (Resolução 1325 da ONU), com a participação de 30 pessoas, aproximadamente, de ambos os sexos, incluindo jovens, com dois dias de duração.
Dias 15 e 16 de setembro de 2011 (quinta e sexta-feira).
Coordenação Macapá-Ap
Imena - Instituto de Mulheres Negras do Amapá
Maria das Dores do Rosario Almeida
Contato: (96) 3222-4385
Rua Santa Isabel, 137 – 4º andar – Vila Buarque
01221-010 – São Paulo/SP
Telefax: (11) 3224-9454
Email: associacao@mulherespaz@.org.br
Site: www.mulherespaz.org.br
Presidenta: Clara Charf
Diretora executiva: Vera Vieira
Assistente de direção: Carolina Quesada
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