segunda-feira, 1 de agosto de 2011

*LUZES DO PROGRESSO NO AMAPÁ*


Das manhãs da juventude na década de setenta, que ouvíamos falar de planejamento no Amapá. Um estado que surgiu da idéia preservacionista da soberania nacional na década de quarenta, buscando preservar nossas margens do Oiapoque. Entre a década de quarenta e setenta o governo brasileiro foi surpreendido com o surgimento do manganês na Serra do Navio, e por pura inexperiência e dependência de outros países como o Estados Unidos, permitiu a exploração de nosso manganês de forma desordenada.

Mas é evidente que desde aquele momento até os dias atuais o Amapá tem sua economia alavancada pelo extrativismo mineral e vegetal, e recentemente, repetimos a inexperiência de anos anteriores na concessão de exploração de nossas jazidas minerais por vinténs. Nossos governantes não foram capazes, ate o momento, criar condições através de parceria público-provada que levem ao patrocínio de uma escola profissionalizante para formar mineradores e extrativistas vegetais, de forma a suprir o quadro de colaboradores dessas empresas que gratuitamente exploram nossa economia. Empresas como a MMX patrocinam desde UPPs no Rio de Janeiro a estudantes de mineração em escolas técnicas em Minas Gerais, que antes de se formarem já estão com empregos garantidos no Amapá.

Devemos nos perguntar, porque tais erros se repetem em nosso Estado? Certamente que um dos culpados pelos constantes erros e o maior impeditivo para o desenvolvimento de nosso Estado é a falta de planejamento. Já vão longe os anos em que a SEPLAN, realizava planejamento no Amapá. E não precisa se gênio para identificar que os programas existentes nos PPAs do Estado são irreais e fictícios. Nos dias de hoje os PPAs e Leis Orçamentárias são as maiores peças de ficção que existem, e não me venha falar de orçamento participativo, pois estes também não existem.

Na década de setenta ouvia-se falar sobre projetos estruturais que seriam capazes de conduzir o Amapá ao progresso e neste auxilio uma das ultimas obras que fomos capazes de ver, foi a construção do conjunto de secretarias, que de forma moderna, reduzia os tramites burocráticos. 

A ausência de planejamento estratégico, ou de qualquer espécie, que possibilite enxergar o Amapá num espaço temporal de 20 anos, é fundamental para que consigamos ver nosso estado independente das verbas federais. O governante que pensar o Amapá não somente para o seu mandato, mas para vários mandatos, estará realizando um planejamento estratégico de Estado e não de Governo. Nosso país só conseguiu ultrapassar as dificuldades quando se distanciou da idéia de administrações de quatro anos e passou a pensar no longo prazo.

Já é hora do Amapá cortar o cordão umbilical do Estado do Pará, reduzir a dependência e vislumbrar que temos uma ligação mais próxima com os vizinhos do norte (Guianas, Colômbia e Venezuela), que constituem um mercado consumidor de cerca de 24 milhões de consumidores. A pavimentação da BR-156 e a construção da ponte sobre o rio Oiapoque permitirá a ligação do Amapá com nosso vizinho, e tudo por determinação de organismos superiores, que graças a Deus, vem pensando saídas para o desenvolvimento de regiões inóspitas como a que se localiza o Estado do Amapá. Graças ao Ministério do Planejamento, no ano 2000, surgiu a Implantação da Infra-estrutura Regional Sul-America – IIRSA, que criou uma zona econômica do escudo das guianas, que envolve Amazonas, Roraima, Amapá, Suriname, Colômbia e Venezuela. Estamos as portas da inauguração da ponte sobre o rio Oiapoque e nosso governo não faz esforço para mobilizar nossa economia para produzir Alimentos e Produtos Têxtil de forma a suprir as necessidades de nossos vizinhos do norte.

A existência de criação de bubalinos e com uma costa recheada de pescado, seria natural que o governo amapaense estivesse criando condições de industrializar a partir de 2013, quando haverá energia em suficiência, tanto o pescado como os bubalinos. E como terceira opção, restaria a parceria com estados como Matogrosso, possuidor de algodão de alta qualidade, que pode ser escoado pela rodovia Cuiabá-Santarém e chegar facilmente ao porto de Santana. Podendo servir de motor propulsor de empregos. A existência de um Arranjo Produtivo Local que crie clusters ligados a produção de produtos e subprodutos animal e vegetal seria uma saída lógica para tal demanda, tendo um APL para a agropecuária e outro para a exploração da racional da floresta.

As tendências mundiais e a geopolítica global na sociedade do conhecimento apontam para economias em consolidação que estão baseadas na tecnologia e na prestação de serviços. O Amapá tem possibilidades de produzir produtos ligados a tecnologia e a serviços. A existência de Institutos como o IEPA, que já possui tecnologia embarcada, poderia ser potencializada através de incentivos na qualificação de nossos cientistas, como os que foram celebrados no acordo Brasil e Estado Unidos, que permiti a nossos cientistas adquirirem conhecimento em centros de maior tecnologia, podendo gerar fitoterápicos e essenciais, necessárias nas indústrias de fármacos e cosméticos. De forma providencial, seria necessárias leis que permitissem o fomento a criação de pequenas indústrias e o repasse dessa tecnologia a baixo custo.

O acordo quadro celebrado entre Brasil e França, permitem a troca de experiências e tecnologias que fortaleceriam a pesquisa. Neste tocante, seria providencial que a existência de uma universidade binacional fosse suprimida pela existência de um Centro de Pesquisa da Biodiversidade Amazônia, onde participariam três grandes universidades brasileiras e três grandes universidades européias, sendo coordenado pela UNIFAP, podendo ser alocado dentro do Parque Nacional do Tumucumaque, que não limita a existência de pesquisa. A criação de uma cidade cientifica custeada por recursos das universidades participantes, pela União Européia e pela ONU, que possuem interesses na integração e recursos suficientes para executar, permitiria a geração de patentes brasileiras, reduzindo o roubo de patentes de nossa floresta.

No que tange aos serviços, o Amapá é lindo e possui muitos lugares inexplorados. Por que não incentivar o turismo? Temos uma rede de belíssimos rios e porque esquecer que estamos diante do maior rio do mundo. Temos praias nas ilhas do Pará na frente de Macapá e sempre me pergunto, por que não exploramos o potencial de nossos rios? Certo dia passeando na Avenida Atlântica no Rio de Janeiro, cheio de saudade de nosso Amapá, olhei a lateral de um prédio de esquina com a Princesa Izabel, e me perguntei, por que o governo amapaense não Põe uma publicidade sobre nossas belezas naturais na lateral desse prédio? Talvez tenha me feito esta pergunta sobre o porquê, por lembrar que no final dos anos setenta o carimbó e o Pará eram os representantes da Amazônia, e tão só a iniciativa do governo amazonense de fazer publicidade em outros Estados, na Europa e nos Estados Unidos, foi capaz de mudar o fluxo turístico do Pará para o Amazonas. De certo que o Amapá não terá desenvolvimento no setor de serviços se não investir em marketing. O Amazonas até hoje continua fazendo a mesma divulgação e digo até hoje, por ter sido informado por um jornalista amigo meu que ele havia sido convidado para ir a Parintins somente para divulgar a festa dos bois. E se lembrarmos, tudo isso é muito mais recente que festas tradicionais como o marabaixo que possuímos no Amapá, e porque não lembrar dos nossos dois equinócios?

Não conseguimos explorar a existência do céu mais estrelado onde podemos observar estrelas dos hemisférios norte e sul e possibilitamos vislumbrar a maior fortificação do domínio português em terras brasileiras na frente do maior rio do mundo. Parece brincadeira, mas é verdade.

Acredito que o Amapá é feito de um povo sério e humilde, capaz de mudar a sua realidade e, portanto criar um futuro bom para todos de forma a levar nossa população para o bem-comum.

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